Introdução
Neste dias o Senhor tem me falado da minha necessidade de estar me
relacionando com Ele. E este relacionamento tem que passar para um novo nível,
um novo patamar. Neste dias o Senhor tem me falado sobre a oração.
Em Janeiro eu estive aqui diante da igreja e falei que neste início de ano
(2012), tenho sentido um clamor em meu coração. E que eu cria que era um convite
do Senhor a conhecê-lo melhor. Falamos sobre conhecê-lo e prosseguir em
conhecê-lo. Também falamos que isso só seria possível se nos familiarizássemos
com a sua doce voz. Como uma mulher que de tão familiarizada com a voz do seu
marido, a reconhece mesmo quando há muita gente conversando. Mas é impossível
relacionar-se ou familiarizar-se com Deus sem oração. Sem uma vida de oração.
Conversando com um irmão esta semana, ele me falou que o que precisamos é nos
converter à oração. E quero dizer que neste dias o Senhor tem me chamado à
conhecê-lo através da oração.
Hoje a minha idéia para esta manhã é vermos algumas verdades acerca da
oração:
O Senhor busca aqueles que oram
“Busquei entre eles um homem que
tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para
que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” Ezequiel 22:30
Aqui neste texto de Ezequiel, o Senhor fala que é Ele que sai à busca de
alguém que se disponha a ficar na brecha. Pergunto-me se nestes dias o Senhor ao
buscar a alguém tem encontrado a mim. Você acha que o Senhor tem te encontrado?
Olho para a minha vida de oração, e é com tristeza que percebo como ela é tão
fraca. Tão vazia de profundidade, tão superficial. Reconheço que ela já passou
do nível “oração pela refeição”. Que é aquela em que religiosamente dizemos
algumas palavras com respeito às refeições e AMÉM. Muitas dessas vezes estamos
“orando” para as paredes e não ao Senhor. É aquele tipo de oração
despretensiosa. Aquela que oramos quando nos lembramos. Sem um real compromisso.
Mesmo assim, reconheço que o meu nível de oração é muito fraco. E Isto reflete
bem o meu nível de relacionamento com Ele e porque tantas vezes eu não reconheço
a sua voz. Espero que isto não seja também o reflexo de tua vida de oração e
relacionamento com Ele.
Há mais uma outra verdade neste texto: observe que o cumprimento da vontade
do Senhor pode ser atrasado por falta de oração. O texto diz: “Busquei
entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante
mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse”. Muitas
coisas que Deus quer fazer em nossas vidas podem não estar acontecendo por falta
de oração. Muitas coisas tem acontecido na sua família e na minha que não
agradam a Deus, e o que falta para resolvê-las é oração!
Há algumas frases sobre oração que eu guardo na memória. Uma delas é: “Muita
oração – muito poder, pouca oração – pouco poder”. Agora eu entendo porque falta
poder de Cristo em minha vida, porque minha espiritualidade e relacionamento com
Deus são tão superficiais. É porque falta oração. E não adianta estar
participando de todos os encontros da igreja, ouvir pregações em casa, e
trabalhar na obra de viagens às cidades por exemplo (e com isto não quero dizer
que não devemos fazer estas coisas). É necessário oração com profundidade. Não
só oração do tipo “o” maiúsculo, mas sim uma prática de ORAÇÃO com todas as
letras em maiúsculo.
Oração não é um café expresso
Eu preciso entender que oração não é um café expresso, não é
algo instantâneo. Na verdade, na maioria das vezes o efeito da oração não é
instantâneo. O que acontece é que nós vivemos na época do instantâneo: temos uma
refeição completa de macarrão feita em cerca de três minutos – os “nissin
miojo”. Você pode comprar a lasanha congelada, colocar no microondas e ela
também vai estar pronta em cerca de quinze minutos. Temos café solúvel, que
garante café pronto em um minuto. Temos leite instantâneo. Temos até café com
leite instantâneo. Na internet qualquer pesquisa é instantânea. Esse “viver
instantâneo” tem reflexo no nosso dia a dia. Queremos resolver os problemas de
nossas casas de maneira rápida, no trabalho tudo é para agora e já está
atrasado. E assim também queremos nos relacionar com Deus. Queremos transferir
para Deus este padrão do mundo, e então cria-se a necessidade de respostas
instantâneas às nossas orações. Não queremos e não podemos esperar. Oramos
assim: Pai eu preciso de uma reposta hoje! Tu tens que falar comigo hoje!
Oração não é deste jeito. A oração requer tempo de dedicação. Por isto se faz
necessário uma vida de oração e não um momento de oração. Jeremias passou 10
dias orando para ouvir uma resposta de Deus, Jer 42.1-18 (v.7), Daniel aguardou
21 dias por uma palavra do Senhor, Dan 10.1-21 (v. 12-13).
Eu preciso aprender que sou eu que preciso da voz de Deus. E para isto devo
estar disposto a esperar o tempo que for necessário para ouvi-lo. Devo
aguardá-lo mansamente, e não reclamar de sua possível “demora”. Eu preciso
entender que eu preciso da resposta de Deus no tempo de Deus, e não no meu
tempo.
Oração requer um tempo especial de dedicação
Uma outra verdade muito importante de nossa relação com Deus
é que se faz necessário dedicar um tempo especial à oração:
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta,
orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te
recompensará.” Mateus 6:6
Vemos que a palavra do Senhor nos exorta a ter um tempo exclusivo para a
comunhão com Ele. Estes momentos de nosso dia serão muito especiais e preciosos.
Durante a agitação do dia a dia, não conseguimos ficar completamente à vontade
para falar ao nosso Pai, abrir nossos corações e, principalmente, ficar quietos
para ouvi-lo. É fundamental que tenhamos momentos de intimidade com o Senhor.
Para provarmos uma forma indispensável de comunhão com nosso Deus. Necessitamos
de momentos exclusivos, íntimos e solenes com o Pai.
Mas alguém pode dizer: “Você não conhece o meu dia a dia, ele é muito
corrido”. Quero te apresentar duas pessoas que tiveram um dia a dia agitado e
mesmo assim não abriram mão de orar:
1. O modelo de Paulo
“Porque Deus, a quem sirvo em
meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como
incessantemente faço menção de vós em todas as minhas orações…”
Romanos 1:9-10
“… não cesso de dar graças por vós, fazendo
menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento dele.” Efésios 1:16-17
“… fazendo
sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas
orações, pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até
agora.” Filipenses 1:4-5
“Por esta razão, também nós, desde o dia em
que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que
transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e
entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu
inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento
de Deus…” Colossenses 1:9-10
Paulo tinha a convicção de que a fé daqueles irmãos dependia de que ele
orasse por eles. Por isso esforçava-se incessantemente em oração por eles.
Certamente o crescimento espiritual daqueles irmãos e o espantoso avanço da obra
realizada por Paulo deveu-se a este segredo: a intensa intercessão.
A este respeito também, chama-nos a atenção, o testemunho que Paulo dá a
respeito de Epafras, seu cooperador:
“Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual
se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que
vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de
Deus.” Colossenses 4:12
Epafras não é muito famoso, mas era muito conhecido por Deus, pois se
esforçava, apresentando-se continuamente diante dEle, em favor dos irmão que
estavam me Colossos, dessas orações certamente dependeram toda a obra realizada
pelo Senhor naquela cidade. As pessoas mais conhecidas por Deus são aquelas de
quem Ele mais ouve a voz através da oração. A estes, Deus conhece pela voz. Deus
tem uma predileção por aquele que ora, que o busca, que o prioriza no seu dia a
dia.
Vemos também neste texto em que Paulo fala de Epafras que o modelo
influencia aqueles que estão ao seu redor. Epafras viu Paulo e sua vida
de oração e isto o influenciou a orar. Só há uma maneira de influenciar a vida
de oração dos discípulos e da nossa família: é ORANDO. Não são estudos: é vida
de oração. Joelho em terra e face no pó. Se na vida dos nossos filhos falta
oração, é porque, talvez, falte oração na vida do modelo!
Na verdade, queremos ter os frutos que Paulo teve, mas não queremos pagar o
preço que ele pagou!
2. O modelo de Jesus
Jesus ensinou a orar orando. Quando os seus discípulos lhe
pediram que os ensinassem a orar, Jesus lhes ensinou orando: “Pai nosso que
estás nos céus …”. Oração é uma prática e não um ensino ou doutrina. Jesus nos
deixou o modelo que devemos seguir:
Mateus 14:23 – “E, despedidas as multidões, Jesus subiu ao monte, a fim
de orar sozinho.”
Marcos 6:46 – “E, tendo-os despedido, subiu ao
monte para orar.”
Lucas 6:12 – “Naqueles dias, Jesus retirou-se para
o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.”
Há alguém que tenha uma vida mais agitada do que a de Jesus? Impossível. E
Ele, apesar de sua vida extremamente sobrecarregada de compromissos e
atendimentos, não podia ficar sem os momentos a sós com o seu Pai.
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